Capítulo Livro
Joubert José Lancha
Editora Annablume/ Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), 2015.
Preceptivas arquitetônicas é tema que remete a um intento normativo que se enceta em tempos helênicos e que esteve em alta voga até meados do século XIX. Os preceitos estabelecidos e admitidos pela tradição e pelo tirocínio constituem o acervo de normas, critérios e procedimentos por meio dos quais se efetua a distinção entre simples «coisas» e as «obras» às quais se atribui o alto estatuto de Arte.O texto consensualmente considerado inaugural para as doutrinas arquitetônicas, desde o De Re AEdificatoria, de Leon Battista Alberti, é o tratado De Arquitetura, de Vitrúvio, datável de 27 a.C., no qual o autor remete a escritos anteriores, que ele teria consultado, mas que hoje não são conhecidos. Os exegetas e comentadores do romano reconhecem também a ascendência das diretrizes emanadas dos grandes retores, de Aristóteles a Cícero e Quintiliano, para a formulação de suas normativas. No campo disciplinar da Arquitetura, talvez o último grande compêndio produzido sobre o assunto tenha sido a vasta Encyclopédie Methodique – Architecture, de Antoine-Chrysostome Quatremère de Quincy, cuja edição se inicia em 1788 e somente se completa em 1825. Escritos posteriores, como o Dictionnaire raisonné de l’architecture française du XIe au XVIe siècle (1856) de Eugène Viollet-le-Duc, já não mais pretendem se enquadrar nos lindes da assim dita “tradição clássica”.Este é o âmbito em que se inscreve o acervo de ensaios que neste livro se apresenta.
Andrea Loewen, Mário D’Agostino, Ricardo Marques (Orgs). Preceptivas arquitetônicas. Annablume. Apoio: FAPESP. 1ª edição, 2015. 360 páginas. ISBN: 978-85-391-0712-4.