Cada vez mais a paisagem urbana se defronta com o reuso de antigas plantas industriais como consequência das mudanças produtivas e socioeconômicas do setor. Não obstante a dimensão material, estas estruturas obsoletas ou em desuso também carregam em seu legado um conjunto de questões relacionadas à memória coletiva laboral e agonística de suas comunidades, que ali viveram e trabalharam. Ao se voltar para os reusos contemporâneos dos patrimônios industriais, a necessária inserção e uso dessas espacialidades nas lógicas econômicas e culturais atuais lidam com as questões referentes ao reconhecimento da memória coletiva, à dialética entre memória e esquecimento, aos usos comunais e demais formas de apropriação destes equipamentos e regiões de produção em uma equivalência de valores. Debater as dinâmicas econômicas e sociais que sustentam tais espaços, bem como, os aspectos simbólicos, conceituais e técnicos envolvidos nas readaptações e usos do chamado patrimônio industrial nos incita a pensar o papel duplo e contraditório desses equipamentos, quer como símbolos de uma memória coletiva ativa, quer como instrumentos de valorização do capital e do espaço urbano no qual se inserem.
As reuniões acontecem mensalmente, em formato híbrido (presencial e/ou remoto). Interessados podem entrar em contato com coordenadores do grupo.
Coordenação: Prof. Ruy Sardinha Lopes [rsard@sc.usp.br] e Profa. Amanda Saba Ruggiero [amandaruggiero@usp.br].