o uso da maquete física como ferramenta de leitura do patrimônio cultural

Jéssica Ragonha | Prof Dra Simone Helena Tanoue Vizioli | 2011-2012

Os patrimônios culturais estão espalhados pelas cidades brasileiras. Trazem consigo histórias que contam sobre a própria cidade, através dos estilos arquitetônicos, dos arquitetos e engenheiros que estiveram ligados a esses edifícios, além dos costumes e hábitos de cada período.

O edifício E1, obra de Ernest Mange e Hélio Duarte, localizado no campus da USP em São Carlos, é considerado um dos patrimônios da cidade de São Carlos. Obra modernista, trata-se de um projeto praticamente enclausurado no interior do campus, o que dificulta maior aproximação entre o edifício e a comunidade.

O projeto do edifício, da década de 50, teve como formas de representação apenas o desenho, não incluindo nenhum tipo de modelo tridimensional, seja ele físico ou eletrônico. Para esta pesquisa foi feito um levantamento das representações utilizadas pelos projetistas, numa comparação entre o nível de compreensão do projeto apenas com as peças gráficas dos arquitetos e de compreensão a partir do modelo físico, produzido pela pesquisadora no primeiro semestre de 2012. Há, portanto, uma comparação entre os diferentes meios de representação do projeto arquitetônico disponíveis, apresentando as vantagens e desvantagens de cada um.

O modelo físico teve seu momento de destaque no período do Renascimento, quando foi muito utilizado. Entretanto, com o passar do tempo e o conseqüente desenvolvimento tanto dos desenhos em perspectiva quanto dos modelos produzidos em computadores, houve uma redução no uso da maquete física. Essa preferência por outros meios de representação de projeto se dá em parte devido à busca de maior facilidade e rapidez no processo. Por outro lado, o modelo físico proporciona maior facilidade na leitura do projeto, não exigindo muitos esforços para se chegar à compreensão. Dessa forma, tal modelo é tratado na pesquisa como ferramenta que permite maior aproximação entre o projeto e a população, estreitando as relações entre o edifício e as pessoas.

A pesquisa busca destacar não só a importância do modelo tridimensional físico, mas também do patrimônio arquitetônico do município de São Carlos, através do Edifício E1. Por tratar-se de uma obra moderna, a pesquisa também entra em contato com a arquitetura moderna brasileira e suas características.

O desenvolvimento desses estudos deu-se a partir de um levantamento teórico, de entrevistas, do desenvolvimento do modelo tridimensional físico do objeto escolhido e de uma atividade de extensão junto a uma escola pública, processo este realizado ao longo do primeiro semestre de 2012.

Relatório final: jessica-ragonha