2023

Nego Bispo em São Carlos

Nego Bispo, nascido no Piauí, quilombola, lavrador e mestre das periferias, participou, no dia 21.11.2023, da programação do “Novembro negro”, um conjunto de eventos que contou com a participação da USP Carlos. Em sua apresentação do convidado, prof Ruy Sardinha (NEC-USP) assim se referiu ao convidado:  “ Nego Bispo, filósofo do saber orgânico, das escolas não escrituradas da Caatinga, aprendeu que os nomes são feitiços. Que podem ser usados para adestrar as pessoas, tirando-as de suas cosmologias ou podem se tornar armas de defesa contra o inimigo. Bispo nos instiga a jogar o jogo de contrariar as palavras e modos de vida coloniais como modo de enfraquecê-las”.

Professores do NEC em Concepción – Chile

Os professores Ruy Sardinha Lopes e Amanda Saba Ruggiero participaram do IV
Congresso de Patrimônio Cultural Internacional e Interdisciplinar
, cujo tema foi
Patrimônio Industrial, questão social e desafios para uma nova governança, em
outubro de 2023 na cidade de Concepción, Chile. Organizado pelo Centro Cultural
CREASUR, com apoio do Núcleo de Investigadores do Sul (NUDISUR), o congresso
teve financiamento do Governo Regional de BioBio, e contou com a participação de
docentes, profissionais representantes do TICCIH de diversos países, gestores,
pesquisadores, ativistas e representantes de comunidades e movimentos sociais.
Os docentes do NEC IAU USP apresentaram resultados parciais da pesquisa em
desenvolvimento sobre a readaptação de espaços industriais no interior do Estado de
São Paulo. O trabalho selecionado “El silbido de la fábrica de tejidos: la reconversión
‘creativa’ del patrimonio industrial en el interior del estado de São Paulo”, teve como
objetivo comparar dois estudos de caso, em que pese as demandas e necessidades
derivadas das distintas atividades relacionadas com as necessidades de conservação
e salvaguarda de bens industriais reconvertidos.
As apresentações reuniram representantes de todo mundo, desde países da américa
latina como México, Cuba, Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, bem como
Espanha, Alemanha, França, Nepal, Egito, Indonésia, Índia e Nigéria, e apontaram
diferentes miradas possíveis ao Património Industrial, demonstrando a complexidade
de temas e aspectos estudados, incorporando as dimensões interdisciplinares com
abordagens apresentadas por historiadores, antropólogos, cientistas sociais,
geógrafos, arquitetos, urbanistas, turismólogos, economistas, administradores e
gestores públicos.

Projetos PUB 2023/2024 no NEC.IAU.USP. Inscreva-se!


[Imagem: Unsplash/James Wainscoat]

O NEC.IAU.USP teve 13 projetos aprovados no edital do Programa Unificado de Bolsas da USP – Edital 2023/2024, nas modalidades Pesquisa, Cultura e Extensão, e Ensino. Alunos interessados devem se inscrever pelo sistema Juno entre 01 e 15/08. O processo de seleção se dará entre 16 e 31/08, após o contato dos professores responsáveis.

Modalidade Pesquisa

Ambientes e Aglomerados Urbanos Criativos: os patrimônios Industriais tombados e reconvertidos do interior do estado de São Paulo

Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes

Bolsa(s): 1

O impacto e reverberações dos novos ambientes e aglomerados urbanos “criativos”- empreendimentos de cultura, entretenimento, inovação, centros culturais, fab-labs, media-labs, co-working, incubadoras ou campus de inovação – na paisagem urbana e desenvolvimento social e econômico ainda são pouco conhecidos e estudados, em especial no que se refere ao interior do estado de São Paulo. Não obstante a diversidade tipológica e programática desses espaços, chama a atenção o crescente uso do patrimônio industrial disponível reconvertido para esses novos usos, de forma que às questões decorrentes da implantação e uso atuais desses espaços se somam àquelas oriundas da necessária salvaguarda e conservação não apenas da materialidade de tais edificações mas também a memória do conjunto das atividades e relações laborais e sociais ali constituídas. Frequentemente tais ambientes e aglomerados “criativos” são também espaços da memória coletiva. A presente pesquisa tem como objetivo geral o estudo desses espaços, quer no que se refere às suas tipologias, formas de implantação, ecossistemas produtivos e de consumo, usos e novas dinâmicas urbanas, bem como, no caso específico dos patrimônios industriais reconvertidos, as relações entre os novos usos e as questões patrimoniais. Como objetivo específico, dada a necessidade de maior conhecimento do estoque de bens patrimoniais industriais salvaguardados ou em processos que foram ou estão sendo reconvertidos no interior do estado de São Paulo, propomos o mapeamento a partir dos processos existentes nos diversos órgãos de preservação – federal, estadual e municipal.

Andarilhas urbanas: práticas caminhantes de mulheres latinoamericanas

Prof. Dr. David Sperling

Bolsa(s): 1

Esta proposta de projeto de pesquisa está vinculada ao Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas (NEC-IAU.USP) do qual este proponente faz parte. Esta pesquisa se coloca na esteira dos estudos sobre psicogeografia e deriva, práticas de estudo da geografia urbana. Para Careri (2017), deriva é palavra de origem náutica que expressa a “ambiguidade do perder-se conscientemente, procurando dosar o desejo e o acaso, o racional e o irracional, o projeto e o antiprojeto”. Contudo, muito já se escreveu sobre as derivas em solos europeus, e se faz necessário navegar em direção ao Sul e situar a perspectiva epistemológica na experiência social do outro lado da linha. Um outro lado marcado pela repressão da “colonialidade de poder e de saber”, nas palavras de Quijano (2010), que sugere então inserir a corporeidade no centro da luta contra a colonialidade para devolver aos indivíduos o controle das instâncias básicas da sua existência social: trabalho, sexo, subjetividade e autoridade. Se pensarmos na cidade enquanto o espaço no qual os indivíduos existem socialmente, o Flâneur de Baudelaire personifica o sujeito que mais goza do direito de deambular pela cidade explorando sua subjetividade e a do espaço sem ter o corpo violado – o homem branco europeu rico. Opondo-se à literatura da modernidade que descreve quase unicamente a experiência dos homens, invisibilizando as relações das mulheres com a cidade, esta pesquisa propõe-se a traçar um panorama contemporâneo das práticas caminhantes das mulheres latinoamericanas e a partir delas tomar São Carlos como mar pelo qual uma andarilha urbana propõe-se a navegar e a parar. A andarilha urbana é, nas palavras de Lauren Elkin (2016) “determinada, engenhosa e profundamente sintonizada com o potencial criativo da cidade e as possibilidades libertadoras de uma boa caminhada”. Distanciando-se de une femme passante de Baudelaire, a mulher agora não é mais objeto mas sim sujeito do olhar caminhante.

Atlas do Chão: territórios moventes

Prof. Dr. David  Sperling

Bolsa(s): 1

O presente projeto se insere no escopo do Projeto Atlas do Chão (https://www.atlasdochao.org/), em desenvolvimento em parceria com universidades brasileira e estrangeira, com o objetivo de explorar práticas cartográficas críticas para a visibilização de práticas de cuidado, bem como de processos de expropriação e colonialidade que se expressam no chão, hoje e historicamente, compreendendo o chão com um arquivo e um ser vivo. Os/as bolsistas atuarão junto à equipe do projeto na estruturação das Constelações “Saúde Planetária” e “Wake for Saracura”, com as quais pretende-se discutir criticamente a devastação de recursos naturais, o deslocamento de povos originários, e apagamentos simbólicos, dentre outros tópicos. Ambas constelações são caracterizadas por configurarem “territórios moventes”, em termos conceituais (como a própria noção de saúde planetária) e físicos (como os rastros de um rio encoberto). Este projeto dá continuidade ao projeto “Atlas do chão: territórios da (In)dependência” realizado no período anterior.

Corpos que (não) importam:  MASP e a arte indígena contemporânea

Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes

Bolsa(s): 1

Partindo das análises de Judith Butler e Michel Foucault sobre o papel de determinadas construções discursivas na instituição de normatividades e processos de assujeitamento o presente projeto de pesquisa pretende investigar a conformação de regimes artísticos de (in)visibilidade. Tal discussão ganha relevância a partir daquilo que alguns teóricos vem chamando de “giro decolonial” da arte contemporânea e que, no Brasil, tem se traduzido por uma aumento exponencial de artistas, curadores, exposições e publicações voltadas para esse questão. Tendo em vista que tais “insurgências” não se fazem sentir da mesma forma nas instituições artísticas, o projeto toma como objeto de investigação o Museu de Arte de Sâo Paulo e sua recente “guinada indígena” como forma de se analisar os limites e alcances desta inflexão no cenário artístico nacional.

Estados de Paisagem: olhar, corpo e habitar

Prof. Dr. Luciano Bernardino da Costa

Bolsa(s): 1

Esse projeto pretende dar continuidade à pesquisa retomada em 2023, e inicialmente desenvolvida de 2016 a 2018, a respeito do processo de implantação e ocupação do “Programa Minha Casa, Minha Vida”, unidade Eduardo Abdelnur, localizada em São Carlos. A abordagem em desenvolvimento trata das relações e rebatimentos entre experiência do corpo, habitação, paisagem circundante e representação visual, considerando a inserção geográfica do conjunto habitacional que se caracteriza pela amplitude da paisagem em zonas urbanas periféricas em contraponto aos espaços restritos do interior das residências. Tal situação espacial replica um modelo de cidade pautado pela abrupta descontinuidade dessas regiões com a malha urbana e suas implicações quanto ao acesso a bens e serviços, mobilidade urbana e disponibilidade de trabalho, além do empobrecimento da diversidade social e cultural. Como modo de articulação entre imersão na paisagem, visualidade e processos urbanos, esta etapa tem como objetivo o aprofundamento em concepções teóricas e metodológicas baseadas nas noções de constelação e de Atlas, em Walter Benjamin e Aby Warburg, e na ideia de paisagem como experiência sensível associadas, ou não, a dispositivos de representação. Além disso, espera-se dar uma maior atenção à produção visual, ampliar o número de entrevistas e desenvolver um projeto gráfico (ou expositivo) que consolide os resultados e permita uma devolutiva à comunidade. Destaca-se que as leituras fundantes já foram realizadas, assim como quatro entrevistas que estão sendo objeto de análise. Por fim, tal abordagem permite estabelecer um frutífero diálogo com outros colegas da Instituição (IAU USP) que tratam da questão habitacional a partir de um viés que valoriza a experiência imersiva e os processos de representação, valendo-se da fotografia, da colagem e do mapeamento, tanto em seu aspecto sensível quanto de documentação e diagnóstico de área.

In-between spaces: possibilidades do habitar poético nas propostas lúdicas de Aldo van Eyck

Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara

Bolsa(s): 1

Este Projeto de Pesquisa PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, compreender o papel da dimensão lúdica da arquitetura para a construção do habitar poético – parte do direito à cidade lefebvriano. Toma-se a noção do habitar do filósofo francês Henri Lefebvre, como um modo de se apropriar e de produzir o espaço que não se restringe ao âmbito econômico, mas, sim, abarca um modo de ser, de saber e de se posicionar no mundo do homem. Por isso, está em íntima relação com o sentido da poiesis (fazer poético), a qual, segundo o arquiteto Johan Huizinga, é uma função lúdica. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo da noção de “in-between space” – espécie de trabalho lúdico em espaços remanescentes urbanos – no arquiteto holandês Aldo van Eyck. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade, para qual a crítica ao funcionalismo moderno parece ainda não ter encontrado uma saída plausível. Além disso, espera-se que a compreensão dos sentidos do habitar abra caminhos de reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos. Através da reflexão teórico-conceitual-metodológica e do estudo crítico de fenômenos sócio-espaciais históricos, acredita-se que este tipo de reflexão irá ao encontro da premência de novos instrumentos críticos e projetuais para se pensar a A&U, ao mesmo tempo em que aprofundará o debate a respeito das possibilidades atuais de apropriação social do espaço.

O comum no direito à cidade: as tipologias do urbanismo tático

Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara

Bolsa(s): 1

Este Projeto de Pesquisa PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, compreender as relações entre o conceito de “commons” (comum) e processos participativos de urbanismo tático para a construção do direito à cidade lefebvriano. Parte-se de uma aproximação entre o direito à cidade do filósofo francês Henri Lefebvre – que implica um habitar como um modo de se apropriar e de produzir o espaço – e o sentido dos “commons”, como aquilo que se torna compartilhado e se opõe ao conceito de propriedade, tal como debatido por Christian Laval e Pierre Dardot. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo tipológico, isto é, sobre o método e a teoria utilizados das propostas projetuais do que tem sido chamado como urbanismo tático, que trabalha com intervenções urbanas participativas. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade, para qual a crítica ao funcionalismo moderno parece ainda não ter encontrado uma saída plausível. Além disso, espera-se que a compreensão dos sentidos do habitar abra caminhos de reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos. Através da reflexão teórico-conceitual-metodológica e do estudo crítico de fenômenos sócio-espaciais históricos, acredita-se que este tipo de reflexão irá ao encontro da premência de novos instrumentos críticos e projetuais para se pensar a A&U, ao mesmo tempo em que aprofundará o debate a respeito das possibilidades atuais do habitar e do direito à cidade por meio da participação.

O Patrimônio Industrial ao longo do rio Tietê – usos e readaptações

Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero

Bolsa(s): 1

O projeto de pesquisa O Patrimônio Industrial ao longo do rio Tietê – usos e readaptações é desdobramento de pesquisa anterior, que teve como foco o estudo da Cia de Tecelagem São Pedro, atual Museu Fama em Itu-SP. Ao olhar para esta região, um conjunto significativo de complexos fabris foi identificado, demonstrando potencial interesse para ampliar os estudos sobre as readaptações e usos do patrimônio industrial. Sabemos que o estado de São Paulo foi preponderante na industrialização nacional e edificou um importante conjunto de plantas industriais, atualmente complexos antigos e obsoletos, decorrentes da modernização das cadeias produtivas e do deslocamento das atividades fabris para outras localidades, nomeado por processos de desindustrialização. Muitas vezes a redução progressiva das atividades e plantas fabris também implica a ausência de investimentos em importantes parcelas do território urbano, sendo sua reativação uma preocupação constante do poder público e da sociedade civil. A diversidade programática desses espaços fabris, permite a reconversão e outros usos do patrimônio industrial disponível, assim questões decorrentes da implantação e dos usos desses espaços se somam a necessária salvaguarda e conservação, tanto da materialidade de tais edificações como da memória do conjunto das atividades e relações laborais e sociais ali constituídas, podendo considerar tais conjuntos como espaços da memória coletiva e da paisagem cultural. A presente pesquisa tem como objetivo geral o estudo desses espaços edificados ao longo do Rio Tietê, especialmente no trecho entre as cidades de Itu, Salto e Porto Feliz. Pretende-se identificar estes complexos industriais, quanto às suas tipologias, formas de implantação, usos e novas dinâmicas urbanas, bem como as relações entre os novos usos e as questões patrimoniais. Como objetivo específico, cotejar os estudos realizados e realizar uma análise comparativa dos mesmos, tendo em vista as relações materiais e imateriais consideradas em cada caso.

Modalidade Cultura e Extensão

Cidade que Educa: transformando ruas, bairros e pessoas

Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero

Bolsa(s): 2

O Projeto “Cidade que Educa: transformando ruas, bairros e pessoas”, tem como objetivo promover a formação e a cidadania ativa por meio da qualificação de espaços públicos urbanos visando a construção de uma cidade educadora). A parceria entre universidades, poder público, associação de moradores, comunidade escolar e grupos organizados, visa articular estes agentes para a transformação urbana, com ênfase na qualificação dos espaços públicos, pensados a partir de intervenções de baixo custo. As intervenções têm como finalidade incentivar a mobilidade ativa, a relação da natureza na cidade, a promoção do lazer, do convívio e da saúde na cidade. Sua importância justifica-se por ampliar ações socioeducativas que favorecem a qualidade de vida, o senso de coletividade, ativar o potencial da comunidade ao reivindicar mudanças em larga escala e a longo prazo. O Cidade que Educa é um projeto piloto, cujo potencial é tornar-se uma referência para outras realidades semelhantes na cidade de São Carlos.

Imaginar cidades outras: táticas e técnicas criativas como meio ao direito à cidade

Profa. Dra. Carolina Akemi M. M. Nakahara

Bolsa(s): 2

Este Projeto de Extensão PUB está vinculado ao projeto “Poiesis: apropriação e produção do espaço por meio da participação”, cujo objetivo é compreender os sentidos e o alcance da poiesis em A&U. Propõe-se, como objetivo geral aqui, refletir sobre o alcance das táticas urbanas enquanto atividade poética que possibilita o direito à cidade. A partir do filósofo Henri Lefebvre, toma-se a noção de poiesis enquanto uma produção que não se restringe ao âmbito econômico, mas, sim, abarca um modo de ser, de saber e de se posicionar no mundo do homem; o direito à cidade, por sua vez, implica um habitar que envolve uma apropriação criativa do espaço urbano. À luz dessa chave conceitual, propõe-se, como objetivo específico, o estudo prático e compositivo de técnicas, mídias e linguagens visuais criativas diversas – tais como o desenho, a fotografia e instrumentos gráficos correlatos – enquanto atividade poética, isto é, para a mapeamento, investigação, imaginação e produção do habitar, a saber, de espaços arquitetônicos e urbanos outros. Ao lançar um outro olhar para a cidade, busca-se “trazer à luz” lugares arquitetônicos e urbanos vacantes, isto é, passíveis de intervenção e transformação. O projeto justifica-se pela demanda eminente ao direito à cidade e pela necessidade de compreensão metodológica de instrumentos que possibilitem a reumanização e democratização na concepção de espaços arquitetônico-urbanos.

Rastros, apagamentos e coexistências: uma cartografia do chão do Bixiga

Prof. Dr. David Sperling

Bolsa(s): 2

O presente projeto se insere no escopo do Atlas do Chão (https://www.atlasdochao.org/), em desenvolvimento em parceria com universidades brasileira e estrangeira, coletivos e moradores do bairro do Bixiga, na cidade de São Paulo. Tem como objetivo explorar práticas cartográficas críticas para a visibilização de rastros, apagamentos e coexistências no Bixiga, as quais revelam processos de expropriação e colonialidade: o tamponamento do Córrego Saracura, a invisibilização da comunidade negra, os estereótipos da italianidade, o deslocamento da Escola de Samba Vai-Vai, o aparecimento de restos de ocupação quilombola no pátio de obras da construção da Estação de Metrô Vai-Vai Saracura, dentre dentros. Todos eventos que se expressam no chão, convertido em arquivo. Os/as bolsistas atuarão junto à equipe do projeto na estruturação de um inventário de rastros, apagamentos e coexistências no chão do Bixiga, realizado diretamente com a comunidade e coletivos do bairro e no acompanhamento da artista Maria Thereza Alves, que realizará uma obra e um workshop vinculados a este projeto de extensão buscando discutir criticamente a devastação de recursos naturais, o deslocamento de povos originários, e apagamentos simbólicos, dentre outros tópicos.

Modalidade Ensino

Da concepção bidimensional, ao objeto, ao espaço: uma análise a de Amilcar de Castro

Prof. Dr. Luciano Bernardino da Costa

Bolsa(s): 1

Um aspecto fundamental no aprendizado em arquitetura e urbanismo é a aquisição de um raciocínio espacial originado frequentemente em estudos bidimensionais (desenho, recorte, dobradura e etc). Tais operações tem sua expressão de força e síntese na produção moderna e em obras de artistas como Amilcar de Castro. A considerar a produção deste artista, este projeto visa compreender e problematizar os processos de passagem do bi ao tridimensional e os contextos e referências estéticas que os suportam. Em um segundo momento pretende estabelecer relações com obras de artistas semelhantes que colocam em discussão suas relações com o lugar e a cidade.

Levantamento, pesquisa e base de dados de materiais adequados à aplicação em mobiliários urbanos.

Profa. Dra. Amanda Saba Ruggiero

Bolsa(s): 1

O objetivo do projeto é fazer um levantamento de materiais desenvolvidos por pesquisas ou em desenvolvimento, que possuem características potenciais para serem aplicados em elementos/mobiliários urbanos. Trata-se de compor uma base de dados, com diferentes tipos de materiais, estudando suas principais características, vantagens e desvantagens de seu emprego. Esse levantamento será feito primeiramente por meio de pesquisa e levantamento bibliográfico, procurando estabelecer uma análise das principais publicações sobre o tema. A segunda parte, envolve a pesquisa de campo, procurando conhecer os laboratórios, grupos e pesquisadores atuantes na cidade de São Carlos, essencialmente na Universidade de São Paulo – USP e na Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR. Inicialmente com especial atenção voltada aos cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Química e Engenharia Civil. O mapeamento destes grupos será feito por meio de entrevistas com professores e pesquisadores.

Projeto Atlas do Chão será apresentado no SpaceTime Matters – TU Berlin

Drawing (out) spacetimes: Methodological reflections on mapping in sociospatial research

Hosted by Hybrid Mapping Working Group, CRC 1265 Re-figuration of Spaces, and Chair of Urban Design (CUD), Technische Universität Berlin
Organised by Jamie-Scott Baxter, Séverine Marguin and Vivien Sommer

SPACETIME MATTERS aims at inviting international spatial scholars integrating temporalities into mapping methods to discuss their work. At the core of our reflections lurks the idea of spacetime as a means to conceptualise the multiplicity of spaces existing simultaneously with different temporalities.

Please register in order to get the zoom-link for the talks!

Programm

Session 1. Atlas and critical mapping session: 22nd of May from 5-7 pm online (CET)
• Mapping as a Decolonial Practice: David Sperling (University of Sao Paulo/Ground Atlas) and Ana Luiza Nobre (Pontifical Catholic University of Rio de Janeiro/Ground Atlas)
• More-than-human mappings: Lili Carr and Alder Keleman-Saxena (Feral Atlas)

Session 2. Mapping in the design-turn session: 5th of June 2023 from 5-7pm online (CET)
• Ontological mapping: Tony Fry (University of Tasmania) and Anne-Maria Willis (German University in Cairo)
• Re-figuration and spatial-analytical drawing: Hybrid Mapping Group (CRC 1265, Technische Universität Berlin)

Session 3. Mapping (in)justices session: 19th of June 2023 from 5-7pm online (tbc) (CET)
• Social Spacetime Mappings in Denmark: Deane Simpson (The Royal Danish Academy of Fine Arts School of Architecture, Copenhagen) (tbc)
• Evidencing spacetime matters: Forensic Architecture (London)(tbc)

Session 4. Ethnographic mapping session: 3rd of July 2023 from 5-7pm online (CET)
• Ethnographic map making and the city: Dagmar Pelger (Universität Kassel)
• On Mapping Depth: Jane Clossick (London Metropolitan University)

A palestra de Laura Kemmer no Seminário NEC 2023 está online

A prof. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP) proferiu a palestra de abertura do Seminário de Pesquisa 2023 no dia 11 de abril de 2023.

Intitulada “Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras”, a palestra se baseou na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, explorou como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Em seguida, voltou-se para a cidade de São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.

Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).

Palestra de Laura Kemmer (Cátedra DAAD-USP)

O NEC.IAU.USP recebe a prof. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP) para a palestra de abertura do Seminário de Pesquisa 2023. Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).

Palestra: Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras

Dia 11-04 19h
Local: Auditório Paulo de Camargo e Almeida – IAU-USP

Resumo: Esta palestra se baseia na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, vou explorar como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Passo então para a São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.

Seminário de Pesquisa NEC.IAU.USP 2023

Acontece nos dias 11 e 12 de abril o Seminário de Pesquisa 2023 do NEC.IAU.USP. A programação é composta por palestra com convidada internacional e mesas temáticas que articulam pesquisas de mestrado, doutorado e iniciação científica atualmente em desenvolvimento no grupo.

A palestra de abertura, “Spurenicherung – Reter traços. O Chão Urbano como Arquivo de Ecologias Reparadoras”, será proferida pela Profa. Dra. Laura Kemmer (Humboldt University e Cátedra von Martius Alemanha-Brasil de Ciências Humanas e Desenvolvimento Sustentável – DAAD-USP). Kemmer atua com Estudos Urbanos (Antropologia-Geografia), é coordenadora do Projeto “Designing with the Planet. Connecting riparian zones of struggle in São Paulo, Jakarta, and Berlin” (Governing through Design-South Designs initiative, Swiss National Science Foundation) e pesquisadora associada no projeto “Re-scaling Global Health. Human Health and Multispecies Cohabitation on an Urban Planet” (Berlin University Alliance).

Resumo: Esta palestra se baseia na tradição artística alemã de Spurenicherung/Rastrodetecção para explorar como novas formas de cura, reparo e reparação emergem do espaço urbano e, em particular, dos seus chãos, ao mesmo tempo orgânicos e construídos, elementares e poluídos. Em uma primeira parte da palestra, vou explorar como os “solos de entulhos” (rubble soils) da Berlim pós-guerra, a partir dos anos 70, geraram novas alianças entre artistas e cientistas de solo que contradiziam imaginários de “pureza elementar” e de “renaturalização”, apresentando assim os solos urbanos como arquivos perturbadores. Passo então para a São Paulo atual para argumentar que novos movimentos ecopolíticos que traçam os chãos urbanos em busca dos seus rios escondidos e comunidades ribeirinhas não estão simplesmente “evidenciando”, mas produzindo coletividades humano-materiais de testemunhas que promulgam múltiplos passados, presentes e futuros para reivindicar justiças ambientais e práticas de reparação dos mais variados tipos.

PROGRAMAÇÃO

Dia 11-04

19:00 palestra de abertura: Spurenicherung – reter traços. O chão urbano como arquivo de ecologias reparadoras – Laura Kemmer
Local: Auditório Paulo de Camargo e Almeida – IAU-USP

Dia 12-04

08:30 abertura das mesas
Local: auditório paulo de camargo e almeida: iau-usp

09:00 tensionamentos do espaço público I

Mediadores: prof. Dr. Gabriel Ramos (UFG) e prof. Dr. Fábio Lopes de S. Santos

Articul[ação] | Diálogos e narrativas de um território em disputa | Ana Isabel Oliveira Ferreira – doutorado

Mulheres no graffiti: perspectivas da prática em contexto metropolitano | Ana Luísa Silva Figueiredo – mestrado

O cotidiano como dispositivo: a reforma da praça e uma prática com as imagens | Ana Flávia Maximiano Marú – mestrado

Investigações críticas acerca do urbanismo tático: [in]congruências e disputas | Ana Carolina Martins Dias Felizardo – mestrado

Do artista ao hipsterismo: produção da arte diluída na produção da cidade | Ana Paula Guaratini – mestrado

10:45 tensionamentos do espaço público II

Mediadores: profa. Dra. Carol Tonetti (Escola da Cidade) e prof. Dr. David Sperling

Espaço público em disputa: cartografia dos coletivos artísticos em Aracaju | Mariane Cardoso de Santana – mestrado

Cartografia das controvérsias: a polarização do debate sobre o futuro do minhocão | Gabriela Romano López – mestrado

Desvendando o espaço público: disputas e ocupações em contexto urbano | Nayara Benatti – doutorado

Racionaliza-ação: controvérsias da construção racionalizada de um conjunto habitacional | Giovanni Bussaglia – mestrado

14:00 mapear, caminhar e narrar: memórias do percurso e do lugar

Mediadores: prof. Dr. Arthur Cabral (FAAC-UNESP) e prof. Dr. Luciano B. da Costa

Caminhar, cartografar e escrever: uma investigação interseccional na cidade de Brasília | Ana Clara Vieira Costa – ic

Entre caminhar e mapear: uma investigação poética por meio do caminhar, desenhar e mapear cidades goianas | Ana Vitória Freitas da Silva – mestrado

Apreensão sensível da paisagem através do caminhar | Carolina Cardi Pifano de Paula – mestrado

Cartografia de um território improvável | Alexandre Arthur Silveira – mestrado

As casas que habitamos: um estudo das narrativas sobre espaços domésticos e suas apropriações em cidades goianas | Júlia França de Melo – mestrado

Estados de paisagem: olhar, corpo e habitar | Thais de Jesus Nascimento e Lívia Pessoa Sakamoto – ic

15:45 dispositivos de ver e não ver

Mediadores: prof. Dr. Rodrigo Scheeren (FAU-UFBa) e Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes

Diagramas de Rem Koolhaas e a espacialização do programa, 1972 – 1992 | Camilo Kolomi – mestrado

O olhar de Harun Farocki sobre a metrópole contemporânea | Ariane Paeró D’Andrea – mestrado

As “máquinas de ver” de Jaider Esbell | Mariana Abramo Fugagnolli – ic

Apreensões da cidade contemporânea: o exercício da psicogeografia no centro histórico de Araçatuba – SP | Lucas Pereira Bosco – mestrado

Atlas do chão: territórios da (in)dependência | Ana Carolina Bezerra – ic

17:30 lugares de mediação e curadoria

Mediadores: prof. Dr. Gabriel Girnos (UFRRJ) e profa. Dra. Amanda Ruggiero

O curador-gestor e a mediação de arte em contextos de globalização cultural | Jessica Seabra – doutorado

Modos de (sobre)viver do trabalhador-artista, um recorte em São José do Rio Preto, SP | Juny kp – mestrado

Corpos que (não) importam: regimes artísticos de (in)visibilidade na arte contemporânea | Lara Brisante Fernandes – ic

Análise dos ambientes e aglomerados urbanos criativos em três estudos de caso: Onovolab – São
Carlos, A Fábrica – Instituto SEB de Ribeirão Preto e Fama Museu de Itu | Mariana de Oliveira Pereira, Vinícius Ribeiro Pereira e William Moreira Sahm – ic

Difusão e memória da física computacional no IFSC | Carolina de Oliveira Melo Silva e Guilherme Alves de Souza – ic

19:00 encerramento

Em Seminários estão disponíveis as programações e os resumos deste e dos seminários de pesquisa anteriores.