Sobre a subjetividade contemporânea na (re)significação do espaço público: afetos políticos em perspectiva

Resumo: O espaço público, por sua multiplicidade dimensional (física, social, política) e por se afirmar conceitualmente o lugar de experiência radical da alteridade, expressa um conjunto diverso de consequências do neoliberalismo na organização e dinâmica das sociedades contemporâneas – do processo de espetacularização das cidades, que as reduz à condição de imagem publicitária desprovida da riqueza visual e sensível característica do ambiente urbano, ao individualismo e à dissolução das relações de sociabilidade. Esta pesquisa busca traçar relações, sobretudo teóricas, entre certas transformações urbanas impulsionadas pelo capital financeiro e o sujeito neoliberal na ressignificação do espaço público – isto é, busca compreender, dentro de seus recortes, como o capitalismo tardio determina as condições de possibilidade da vida social e política urbana em duas frentes distintas de ação: intervindo na materialidade do espaço da cidade e na subjetividade daqueles que praticam a cidade. Para isto, o trabalho explora a teoria dos afetos desenvolvida por Vladimir Safatle, que percorre os campos da Filosofia Política e da Psicanálise e nos permite pensar corpo e espaço a partir de um conceito fundamental à conjuntura contemporânea: o tempo.

Palavras-chave: Espaço público urbano. Cidade contemporânea. Neoliberalismo. Afetos políticos.