2022

Pesquisa de IC recebe menção honrosa na etapa internacional  do 30º SIICUSP

A pesquisa de IC desenvolvida pela aluna Lara Brisante Fernandes, intitulada Corpos que (não ) importam: exposições e curadores indígenas no Brasil (2000-2023), recebeu menção honrosa na etapa internacional do  30º Simpósio Internacional de Iniciação Científica da USP, realizado no campus São Paulo em 30/11/2022.

A pesquisa procurou entender e mapear alguns aspectos relacionados ao aumento significativo da produção artística e curatorial de indígenas no Brasil nos últimos anos.

link de acesso: https://issuu.com/larabrisante/docs/_issuu_cat_logo

Projeto recebe menção honrosa no Prêmio ANPARQ 2022

Laboratório de Singelos Fazeres recebeu Menção Honrosa na Categoria Projetos de Extensão do Prêmio ANPARQ 2022. O projeto resultou em um livro para ser apropriado, remontado, partilhado, que apresenta relatos verbo-visuais de realidades, memórias e desejos de um grupo de crianças e adolescentes da cidade de São Carlos/SP, no contexto da pandemia de Covid-19, entre junho de 2020 e outubro de 2021.

O trabalho é fruto do Projeto CO-Escola, contemplado no Edital de Apoio a Projetos de Pesquisa com Iniciativas de Ciência Cidadã da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, em 2020.

Para mais informações sobre o desenvolvimento do projeto, acesse: https://www.iau.usp.br/colab/?page_id=2756.

Realização:
Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NEC-IAU-USP) e Escola Estadual Profa. Maria Ramos.

Apresentação Atlas do Chão – Constelação Independente

DAU/PUC-Rio e o IAU-USP convidam para a apresentação do Atlas do Chão e da Constelação Independente.


Atlas do Chão é um experimento contracartográfico/historiográfico que honra o chão como um arquivo do mundo e como um ser vivo.

É um sítio digital pensado ao mesmo tempo como um conjunto aberto – expansível e potencialmente infinito – de mapas, um arquivo e um sistema constelar de imagens – constituído por pontos críticos e georreferenciados.

Seu objetivo é mapear e tornar visível criticamente processos de urbanização, territorialização e desterritorialização que permanecem de algum modo inscritos no chão hoje, em diferentes contextos histórico-culturais e geopolíticos (não necessariamente produzidos hoje mas de algum modo legíveis hoje, como “pegadas” deixadas pela ação humana ao longo do tempo). 

Constelação Independente é formada por 200 pontos que evocam e problematizam o processo de independência do Brasil e seus desdobramentos contemporâneos. 200 pontos fincados no mapa, que configuram múltiplos nexos de sentido, não por alinhamentos cronológicos, mas por associações e montagens no tempo e no espaço. 200 pontos escavados na matéria das (im)permanências e (in)dependências que as histórias escrevem e as geografias desenham.

QUINTA  27/10/2022 – 18h30

Ed. Metro – PUC-Rio

Auditório Paulo de Camargo Almeida – IAU-USP 

@atlasdochão 

www.atlasdochao.org

Atlas do Chão no South Designs for Planetary Futures

O projeto Atlas do Chão integra uma das seis equipes selecionadas pelo edital internacional South Designs for Planetary Future.

Uma entrevista com os curadores, Kenny Cupers and Laura Nkula-Wenz, sobre a proposta e os selecionados pode ser vista no site koosArch.

Atlas do Chão compõe, com Labtek Apung, ‘Re-Health’ collective, Floating University Berlin, a proposta “Projetar com o Planeta. Conectando zonas ribeirinhas de luta em São Paulo, Jacarta e Berlim”.

Rios urbanos em cidades como Jacarta, São Paulo e Berlim há muito funcionam como artérias para o transporte de recursos extraídos, tornando-se veias abertas de poluição industrial. Dessa forma, as hidrovias canalizadas e seus ecossistemas aquáticos evidenciam os legados tóxicos da expansão urbana, da colonialidade e da extração capitalista. Enquanto isso, coletivos dessas cidades estão experimentando novas formas de conviver com as águas urbanas degradadas, gerando novos saberes e dispositivos de “cura planetária” (Escobar, 2022). No entanto, experimentos urbanos auto-organizados tendem a ser precários, muitas vezes operando de forma isolada e com recursos materiais escassos.
Para superar essas questões, o projeto visa construir aprendizado mútuo e ajuda mútua entre três zonas urbanas ribeirinhas de luta. Uma nova infraestrutura auto-organizada é co-projetada para canalizar conhecimentos práticos sobre dispositivos de teste de qualidade da água da Labtek Apung em Jacarta; contramapeamento e visualização de legados coloniais do Ground Atlas em São Paulo, e; formas experimentais de coabitação multiespécie na Universidade Flutuante de Berlim.

Lançamento do livro Laboratório de Singelos Fazeres

Lançamento do livro “Laboratório de Singelos Fazeres”

Bate-papo com os organizadores (David Sperling, Elisabete Monteiro, Gabriela López, Mariane Santana, Mirna Linhares, Nayara Benatti) e participantes do projeto CO-Escola.

30/08 – 10h
Sala de Leitura da Escola Estadual Profa. Maria Ramos – São Carlos/SP

30/08 – 18h
Auditório Paulo de Camargo Almeida – IAU-USP

31/08 a 14/09
Exposição do livro-mural no Pátio do IAU-USP

Laboratório de Singelos Fazeres é um livro para ser apropriado, remontado, partilhado. Apresenta relatos verbo-visuais de realidades, memórias e desejos de um grupo de crianças e adolescentes da cidade de São Carlos/SP, no contexto da pandemia de Covid-19, entre junho de 2020 e outubro de 2021.

É fruto do Projeto CO-Escola, contemplado no Edital de Apoio a Projetos de Pesquisa com Iniciativas de Ciência Cidadã da Pró-Reitoria de Pesquisa da Universidade de São Paulo, em 2020. Para mais informações sobre o desenvolvimento do projeto, acesse: https://www.iau.usp.br/colab/?page_id=2756.

Realização:
Núcleo de Estudos das Espacialidades Contemporâneas do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (NEC-IAU-USP) e Escola Estadual Profa. Maria Ramos.

Vozes contra o desencanto

Como parte das comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da Independência do Brasil, o SESC São Carlos realizou no dia 11 de maio de 2022 o bate papo “vozes contra o desencanto”, com a participação do artista indígena Denilson Baniwa e a educadora, ativista cultural e primeira deputada trans eleita no Brasil, Erika Malunguinho.

Ao refletirem sobre o processo de modernização excludente e sobre as vozes e corpos que foram e ainda são silenciados,  os convidados  instigaram o público presente a pensar sobre a construção do país que queremos, sobre o reencantamento de nossas existências.

A seguir a transcrição da fala de abertura do professor Ruy Sardinha Lopes:

Saudação aos encantados

Abertura da mesa vozes contra o desencanto – SESC São Carlos, 12/05/2022
Ruy Sardinha Lopes

Então, ninguém atinava a aprender as catingas da encantada. Até ficaram surpresos quando apareci, certa vez. Me olharam e riram como se eu fosse assombração. Miúda roçava, mas sua paixão era
pescar. Era acordar de madrugada e seguir sozinha para a beira do rio. Levava os filhos, mas quando eles foram embora, Miúda pescou sem eles. Dormia na beira do rio sem medo de onça nem cobra. Eu era sua encantada, que domava seu corpo sem assombro. Protegia meu cavalo, Meu cavalo que dançava atirando a rede, no meio da casa do curador Zeca Chapéu Grande.
Meu cavalo não usava sapatos porque seus pés eram as minhas raízes e me firmavam na terra. Seus braços eram minhas nadadeiras e me moviam na água. Montei o meu cavalo por anos, que nem posso contar. Mas agora, sem corpo para me apossar, vago pela Terra (Santa Rita Pescadora).

Itamar Vieira Junior, Torto Arado, p.205

Brasil 2022.
722 anos da primeira invasão portuguesa. 722 anos de experimentos necropolíticos coloniais.

Se, como creram Colombo, Caminha e Vieira com as descobertas da América e do Brasil não se cumpriram as profecias de Isaias e Daniel – do encontro do Paraíso Terreal e a expectativa de renovação do Mundo;
Se em nome de interesses coloniais e da invenção de uma identidade nacional os mais diversos genocídios, epistemicídios e apagamentos foram e continuam sendo praticados;
Se às vésperas do bicentenário do acordo geopolítico entre as elites coloniais, mais 664 mil vidas foram exterminadas em decorrência de um determinado “projeto de nação”;
Se a um dia dos 134 anos da assinatura da Lei 3.353, que de áurea nada teve, parte de seu povo continua escravizado e as senzalas ocupando grande parte do território nacional;
Se há mais de 100 anos a flecha do tempo ainda vaga à procura do alvo para o qual estamos condenados: a modernidade.
É preciso amplificar o brado retumbante e dizer aos sons das maracas, rumpis e sintetizadores que tais experimentos não lograram o resultado esperado! Nosso canto, nosso encanto resistem. Velhos e novos gritos continuam ressoando em nossos corpos.

TUPI OR NOT TUPI NÃO É A QUESTÃO, a língua geral é uma ficção.
MENOS COMEMORAÇÃO E MAIS REMEMORAÇÃO!

Somos Tupi, Tikuna, Jê, Nheengatu, Yanomami…
Somos Fufulde Quicongo, Mandê, Haussá, Yorubá…
Somos Talian, Kinki, Hunsruckische, Pomerano….
Somos a Gira da Tabatinga, o fronterizo, a bagunça
Somos Diversos. “socialmente, economicamente. Filosoficamente”

Brasil 2022. É tempo de avançar!
Para fazer com que as águas desse GRANDE RIO chamado Brasil encontrem seu curso diante das encruzilhadas do presente pedimos licença para fazer nossa gira girar (Mojubá)

Licença mestre João Batista, malunginho de Catucá, que na força da menina Érica faz a gente lhe saudar.
Licença seu Mandu, pajé-onça baniwa, que na arte de Denilson faz a gente revigorar.
Licença seu José de Aguiar e dona Molambo que com suas gingas e catimbas fazem a gente dançar.
Licença cacique Sacambuasu que na poesia de Payayá seu recado vem nos dar.
Licença a todos os encantados: Xica Manicongo, Carolina e Clementina, Marielle,
Moa, Zezico, Pinduca e Jaider que na voz da dona Elza fazem nosso povo lutar!
Licença a todos os territórios de resistência – dos quilombos e mocambos às ocupações contemporâneas. Licença Aparelha Luzia, Casa do Nando, Quilombaque, Aldeia Maracanã, Estelita, Vitória, Ouvidor e Mauá.
Licença aos guerreiros juremeros – Denilson Baniwa e Érica Malunguinho, Sandra Benites e Matheus Aleluia, Alessandra Munduruku e Cidinha Silva, Txai Surui e Nei Lopes, Erica Hilton e Conceição Evaristo, Yucunâ Tuxá, Matheus Aleluia.
Licença a todos os povos – vivos e mortos – que com suas sabedorias fazem o fim do mundo esperar!