bancas de qualificação e defesa

Imagens no consumo da habitação: subjetividades, rituais e práticas

Defesa de Doutorado de Maria Fernanda Andrade Saiani Vegro.

Data: 10/02/2020
Horário: 14:00h
Local: Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.

Banca:
Prof. Dr. Fábio Lopes de Souza Santos (Orientador)
Prof. Ruy Sardinha (IAU USP)
Profa. Heliana Comim Vargas (FAU USP)
Prof. Ricardo Fabbrini (FFLCH USP)
Prof. Luiz Barros Recaman (FAU USP)
Profa. Rita de Cássia Lucena Velloso (UFMG)

Resumo:

Esta tese se insere no debate sobre as imagens e representações presentes no campo do
consumo da moradia, ou seja, a cadeia de produção simbólica produzida pela
publicidade e marketing imobiliário com a finalidade de legitimar ideias, conceitos para a arquitetura, estilos de vida, modos de relacionamentos com a cidade e consagrar
localizações. Com o ajuste neoliberal da economia e a abertura de capital das
incorporadoras na bolsa de valores a partir de 2005, as empresas imobiliárias têm
apostado em um marketing renovado, sintonizado com a gestão de branding, com o
objetivo de fortalecer a conexão dos consumidores com suas marcas. Essa estratégia
representa contrapartidas financeiras para as empresas, como por exemplo: maiores
margens de lucros, uma precificação premium para os produtos, atração de rendas
futuras, minimizando ameaças por parte dos competidores. Nos ambientes analógico e
digital das incorporadoras, com canais de comunicação mais pulverizados, as imagens e
representações tornam-se capaz de conferir valor para as marcas corporativas que
assumem uma forma humana no relacionamento com as pessoas. Então, a qualidade
desse relacionamento torna-se central para as empresas, pois produz subjetividades que
se transformam na “matéria-prima” do capitalismo atual, com o avanço das novas
tecnologias de comunicação e informação. Para a compreensão desse cenário, a
metodologia desta tese articulou pesquisa etnográfica com pesquisa documental e a
reunião de um corpus de textos do campo do marketing e da publicidade, que permitiu
uma imersão mais profunda no movimento do capitalismo em suas diferentes fases.
Também, foi realizada uma periodização histórica dos anúncios imobiliários impressos
veiculados nos jornais paulistanos dirigidos para segmentos de média renda em períodos
que marcam inflexões nos modos de representação da moradia. Refletir criticamente a
respeito do papel das imagens da moradia na contemporaneidade torna-se relevante,
principalmente, quando elas passam a assumir o “lugar do vivido” e sinalizam a
necessidade urgente da mobilização de ações políticas com o objetivo de construir
“lugares de presença”.

Palavras-chave: Imagens. Marca. Relacionamento. Subjetividade. Experiência.

ENTRE POLÍTICA E ESTÉTICA: ocupações urbanas e arte contemporânea

Defesa de Doutorado de Marcos Paulo Marchetti.

Data: 28/07/2017.
Horário: 14:00h
Local: Auditório – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.

Banca:
Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
David Moreno Sperling (IAU.USP)
Sylvia Furegatti (UNICAMP)

Resumo:

As inquietações causadas por trabalhos de arte contemporâneos são o ponto de partida desta tese, principalmente quando tangenciam campo da arquitetura e urbanismo. Gestados em um momento recente, onde ocorrem diversas aproximações entre arte, cultura e o atual sistema de troca de valores, estes trabalhos, em sua ambiguidade interna ou em relação a estes sistemas, proporcionam uma visão mais ampla sobre o contexto em que vivemos hoje.
O entendimento destes trabalhos passa por etapas de leituras das principais vertentes da arte contemporânea, como sua crítica ao design, a discussão sobre a Crítica Institucional e as ocupações urbanas que também se originam dela, assim como os desdobramentos mais recentes das artes participativas. Somando estas observações a um debate pontual sobre o contexto atual dos espaços públicos urbanos, especificamente na cidade de São Paulo, analisamos quatro propostas artísticas dos artistas/coletivo Vito Acconci, Didier Fiuza Faustino, Santiago Cirugeda e BijaRi.
Nestas análises, buscamos verificar a abrangência, ou eventuais limitações, da potencialidade destas táticas de ações artísticas na constituição destes espaços públicos, entendidos como território em disputa por forças de diversos interesses, sejam eles políticos, identitários ou críticos.

Palavras-chave: arte contemporânea, cidade contemporânea, política, estética.

Zé Celso versus Silvio Santos: A teatralização da disputa pelo espaço urbano

Defesa de Mestrado de Isadora Vidal Pinotti Affonso.

Data: 19/02/2020.
Horário: 14:00h
Local: Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.

Banca:
Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
Miguel Antônio Buzzar (IAU-USP)
Guilherme Texeira Wisnik (FAU-USP)
Evelyn Furquim Werneck Lima (UNIRIO)

Resumo:
O grupo Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, criado no final da década de 50, desenvolveu um extenso trabalho de pesquisa e experimentação do trabalho do ator, das possibilidades dramatúrgicas e da criação cênica, firmando seu lugar na história da encenação Brasileira com uma linguagem característica e poética de criação própria. Durante esta trajetória, o espaço ocupado pelo grupo, seu edifício teatral, foi cultivado como um território de relações intensas, criações dramatúrgicas e simbologia sagrada: o palco do Teatro Oficina se criou em simbiose com o grupo teatral e com todas as outras linguagens criativas que nasceram ali. Atualmente, o edifício sede do grupo representa um marco na arquitetura teatral mundial, mas ao mesmo tempo também é a arena de uma disputa urbana que já se desenrola há mais de 40 anos na cidade de São Paulo. Este edifício, mais especificamente o terreno vazio no entorno do prédio vem sendo palco desta disputa espacial na qual, de um lado, o Teatro Oficina, deseja o espaço para a execução de um projeto maior de ocupação do espaço urbano voltado para as artes e uso comum, e do outro, uma grande incorporadora comandada pelo Grupo Silvio Santos, proprietário do terreno, mantém o espaço como uma ferramenta de especulação imobiliária ao longo dos anos. Existe ainda nesta disputa um caráter de teatralização das relações imobiliárias e das políticas urbanas que interessa bastante a este estudo. Esta pesquisa propõe-se a analisar esta disputa territorial e estes movimentos de ocupação espacial germinados no Oficina e a relação com o bairro e com a cidade. Observar este “novo gênero” que se cria – que é teatro, é dramaturgia, mas também é política urbana, também é economia imobiliária, e também é arquitetura – possibilita um novo ângulo de visão e uma nova chave de compreensão da cidade e das relações político-urbanas acompanhadas da produção artístico-teatral.
Palavras-chave: Teatro Oficina. Silvio Santos. Teatralização. Teatro e Cidade.

AFFONSO, Isadora Vidal Pinotti. Zé Celso versus Silvio Santos: A teatralização da disputa pelo espaço urbano. 2019. 326p. Dissertação (mestrado). Instituto de Arquitetura e Urbanismo – Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Espaço Público em disputa: cartografia das apropriações artísticas em Aracaju

Qualificação de Mestrado de Mariane Cardoso de Santana.

Data: 08.11.2019.
Horário: 14:00h
Local: CPDig 1 – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.

Banca:
David M .Sperling (orientador)
Ruy Sardinha Lopes (IAU.USP)
Natacha Rena (Indisciplinar/EA.UFMG)
Resumo:
A pesquisa tem como objetivo investigar a atuação recente de coletivos artísticos no espaço público urbano de Aracaju, compondo uma cartografia que abarque seus atores, agências, objetos e controvérsias. Adotando como metodologia a Teoria do Ator-Rede, o trabalho incorpora conceitos transdisciplinares, originários dos campos da filosofia, urbanismo, sociologia, geografia e arte. Em consonância com os processos de espacialização e coordenação da informação próprios das cartografias críticas, busca-se compreender a rede na qual as práticas artísticas estão inseridas. O trabalho discute a realidade de Aracaju das últimas décadas, abordando paradigmas críticos que essas práticas inauguram nos processos de disputa no território urbano, ao passo em que se discutem as incongruências no espaço público diante do cenário de avanço neoliberal na produção de cidade.

Palavras-chave: práticas artísticas; espaço público; território; cartografia.

A ‘mudança de contexto’ da participação na Arte e na Arquitetura: perspectivas críticas para a produção do espaço na contemporaneidade

Qualificação de Doutorado de Rafael Goffinet de Almeida

Data: 03/07/2019.
Local: CPDig 1 – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, USP, São Carlos.

Banca:
Fábio Lopes de Souza Santos (orientador)
Natacha Rena (DEA/UFMG)
Cibele Rizek (IAU/USP)

Resumo:
Desde 1960, o termo ‘participação’ tem nomeado uma multiplicidade de discursos e práticas localizadas entre os campos da arte e da arquitetura e urbanismo. Abrangendo desde as tecnologias do planejamento urbano dito ‘inclusivo’ até formas alternativas de produção e de apropriação de edifícios e espaços livres, as espacialidades da participação apresentam em comum o enfoque sobre processos sociais de toda ordem. Longe de configurar um lugar comum de experimentação, estas novas formas de se pensar e produzir o espaço revelam o que a historiadora e crítica de arte Clair Bishop (2006) chamou de “mudança de contexto” da participação: entre sua “emergência crítica” durante as décadas de 1960 e 1970, e um difuso processo de “hegemonização” até os dias atuais, a participação aparece profundamente ligada a processos de transformação de ordem mais ampla. O interesse estético em novas formas de sociabilidade ou a abertura do espaço para o envolvimento de seu público se confundem com terminologias como a do capital social e afetivo, da economia criativa e mesmo da cultura participativa das novas tecnologias de redes digitais. Desta perspectiva, a pesquisa busca investigar as condições de possibilidades para a emergência destes novos discursos e práticas. Através de uma análise histórica e crítica, procura entender a participação como uma estrutura de discurso-prática para o domínio da formação discursiva da racionalidade neoliberal. Esta que produz formas de governamentalidade baseadas no poder sobre a vida (PELBART, 2009) e o ethos do sujeito ativo, competitivo e autorrealizável (DARDOT e LAVAL, 2016). Nestes termos, procuramos construir perspectivas conceituais capazes de evidenciar aspectos centrais que tem caracterizado a produção contemporânea do espaço.

Palavras-chave: Participação; Biopolítica; Neoliberalismo; Espacialidades Contemporâneas; Arte e Arquitetura.

Entre velocidade e lentidão – cartografias do território urbano contemporâneo

Qualificação de Doutorado de Gabriel Teixeira Ramos

Data: 01/07/2019

Banca:

David M .Sperling (orientador)
Prof. Dr. Vladmir Bartalini (FAU-USP)
Prof. Dr.Paulo César Castral (IAU-USP)
Resumo:
Pelo menos desde a década de 1960, as representações produzidas pelo campo do urbanismo no campo das velocidades urbanas têm se limitado ao posicionamento geográfico do observador, desconsiderando, em boa medida, a experiência encarnada dos sujeitos, os atores e agentes estratégico-políticos de formação do território. Isto faz com que sejam reivindicadas a visibilização de distintas formas de produção e apreensão urbanas, que são experimentadas pela disputa entre velocidade (VIRILIO, 1996) e lentidão (SANTOS, 2001), em representações urbanas complexas. Para esta compreensão, em um primeiro momento desta pesquisa de doutorado, engendra-se uma noção de velocidade relacionada a governo (VIRILIO, 1996) e dispositivo (FOUCAULT, 1989; AGAMBEN, 2005), com objetivos de normatizar, determinar, controlar e gerir a vida de maneira efciente, em um governo da velocidade. Somado a isso, aposta-se que, por meio das práticas de cidade (DE CERTEAU, 2013), ocorram rupturas e escapes cotidianos, concebidas enquanto lentidões. Com esta disputa colocada, em um segundo momento, analisam-se representações urbanas que, sob o prisma da velocidade, emergiram entre as décadas de 1960 e 1980, de maneiras e contextos específcos, como pela leitura da morfologia das estradas (“The view from the road”, APPLEYARD, LYNCH & MYER, 1965); da comunicação e simbolismo do corredor comercial (“Learning from Las Vegas”, VENTURI, SCOTT BROWN & IZENOUR, 1972); da inserção de uma perspectiva de velocidade a partir do caminhar (“Townscape”, CULLEN, 1961); e da sistematização tripartite do pensamento em arquitetura, formada por espaço, evento e movimento (“The Manhattan Transcripts”, TSCHUMI, 1981). Em um terceiro momento, realizam-se aproximações ao contexto dos anos 1990 até o presente, quando surgem representações de fora do urbanismo, que incorporam dimensões tecnológicas, participacionais e minoritárias, podendo auxiliar a compreender a leitura da velocidade e lentidão. As escolhidas para este estudo insurgem por meio de um compilado de estratégias de governo e relações de poder (“Un Atlas des Priorités”, BUREAU D’ÉTUDES, 2015); de mapeamentos da precarização das formas de acesso e do direito à cidade (“Manual de Mapeo Colectivo”, RISLER & ARES, 2013); de cartografa de afetos e apreensões sensíveis do cotidiano (“Atlas Ambulante”, MARQUEZ & CANÇADO, org., 2011); e de esquemas do cotidiano com inserção de códigos digitais e tecnológicos (“On Broadway”, GODDEMEYER, STEFANER, BAUR & MANOVICH, 2016). Por fm, em quarto e último momento, apresenta-se este trabalho em confuências a diferenças e especifcidades, experimentações de distintos saberes, apostando-se em análises e proposições relacionadas a uma “estética do mapeamento cognitivo” (JAMESON, 1991), compreendendo-a por meio de uma política do ato de cartografar (SPERLING, 2017). Por meio delas, visa-se tomar um posicionamento cartográfco, tensionando velocidade e lentidão, tornando-as visíveis no território usado (SANTOS, 1994) de “infovias” (onde circulam sujeitos, mercadorias e informações), tendo como objeto empírico a Rodovia Dom Pedro (Campinas/SP), por meio de diferentes apreensões urbanas, numa esquemática trama.
Palavras-chave: Velocidade; Lentidão; Território; Cartografas; Infovias.

Design (em) aberto: uma investigação sobre movimentos colaborativos em design

Defesa de Mestrado de Paula Ramos Pacheco


Data: 05.06.2019

Banca:
David Moreno Sperling (orientador)
Paulo Eduardo Fonseca de Campos
Ruy Sardinha Lopes,
Caio Adorno Vassão

Resumo: 
Partindo da suposição de que o design é uma disciplina em constante transformação e que as últimas décadas têm sido marcadas pelo crescente desenvolvimento de processos de abertura de autoria e produção nos mais variados meios (tecnológicos, científicos e culturais), a pesquisa pretende investigar como a emergência da questão da colaboração interfere na disciplina do design na atualidade. Apesar de hoje a questão da colaboração estar adquirindo força e visibilidade devido a mudanças culturais baseadas nas tecnologias da informação e comunicação, podem ser observadas manifestações que já tratam de formas de colaboração desde as décadas de 1960 e 1970, seja no campo teórico e crítico como no artístico, literário ou do design. O termo e os princípios do Open Design ou design aberto , cunhados recentemente para dar conta de mudanças mais recentes na disciplina, têm sua origem no conceito Open Source, originário da área da informática, sendo ambos impulsionados a partir do incômodo gerado pelo oferecimento de produtos que não permitem modificações para atender a necessidades pessoais, sejam eles softwares ou objetos. Entretanto, embora os movimentos que se classificam como pertencentes ao universo desse design colaborativo tomem como central a característica emancipatória que a atividade estaria trazendo ao usuário, quando assumem as ferramentas de projeto e produção de uma maneira que se pretende acessível, colaborativa e independente da indústria de massa, é perceptível que algumas críticas a respeito do movimento têm se desenhado, baseando-se em certa distância que por vezes tem se estabelecido entre discursos e práticas. O trabalho tem por objetivo identificar frentes colaborativas do design na atualidade e discutí-las criticamente, de forma a aproximá-las para que o movimento de adaptação do design, hoje disperso em linhas variadas, possa ser melhor compreendido como uma totalidade em seu processo de transformação.

Palavras-chave: Colaboração; Design aberto; Faça-você-mesmo; Movimento maker.

PACHECO, Paula Ramos. Design (em) aberto: uma investigação sobre movimentos colaborativos em design. 2019. 190p. Dissertação (mestrado). Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Link da dissertação:
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-09092019-090406/fr.php5

Otimização de projeto orientado ao desempenho em Arquitetura

Defesa de Mestrado de Dyego da Silva Digiandomenico


Data: 20.05.2019.

Banca:
David Moreno Sperling (orientador)
Daniel Ribeiro Cardoso (UFC)
Juarez Moara Santos Franco (UFRRJ)
Márcio Minto Fabricio (IAU.USP)

Resumo:
O processo de projeto de arquitetura, engenharia e construção (AEC) tem evoluído consideravelmente com a finalidade de responder à complexidade dos sistemas interconectados de um edifício (TOULOUPAKI e THEODOSIOU, 2017). Vêm sendo solicitados à arquitetura contemporânea, processos de projeto capazes de quantificar e qualificar o maior número de variáveis presentes nos sistemas de um edifício, com a intenção de balancear suas dinâmicas e inter-relações (SHI e YANG 2013). A presente pesquisa utiliza o processo de projeto orientado ao desempenho como condutor de sua investigação. Os projetos e pesquisas que exploram o desempenho através da otimização de projetos em AEC são predominantemente internacionais. Além desse aspecto, grande parte dos processos e seus conjuntos de procedimentos não são publicados, especialmente os métodos para gerar os algoritmos utilizados. Muitas destas não detalham, tampouco disponibilizam suas implementações. Tal condição impossibilita conclusões seguras sobre as características das otimizações produzidas, dificulta a reprodução dos métodos e desampara discussões sobre soluções alternativas. Desta maneira, torna-se reduzida a reflexão na arquitetura sobre quais métodos são mais apropriados para a otimização de determinados problemas do projeto arquitetônico (WORTMANN et al., 2015). Neste contexto, a presente pesquisa estrutura-se na metodologia Design Science (SIMON, 1996), dada sua natureza de produção de conhecimento através da abordagem pragmática e interdisciplinar, envolvendo conteúdo da arquitetura e da ciência da computação. Pode-se por fim afirmar que com o apoio da metodologia empregada na presente pesquisa, desde a revisão bibliográfica ao plug-in ArchOptimum desenvolvido nos experimentos realizados, obteve-se resultados que colaboram com a compreensão e abertura dos potenciais da associação entre a arquitetura e a ciência da computação através do design computacional.

Palavras-chave: Design computacional; Otimização; Performance; Projeto algorítmico; Projeto orientado ao desempenho

DIGIANDOMENICO, Dyego da Silva. Otimização de projeto orientado ao desempenho em arquitetura. 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102131/tde-09092019-095255/pt-br.php

Programação para Arquitetura: linguagens visuais e textuais em Projeto Orientado ao Desempenho

Defesa de Mestrado de Gabriele do Rosario Landim


Data: 13.05.2019.

Banca:
David Moreno Sperling (Presidente)
André Luís de Araujo
Maria Gabriela Caffarena Celani
Márcio Minto Fabricio

Resumo:
A pesquisa está inserida no contexto do Design Computacional, área que explora a computação como uma ferramenta de projeto de arquitetura. Para declarar e desenvolver projetos, é comum a utilização de linguagens de programação visual. No entanto, limitações no uso de linguagens visuais são reconhecidas, como as restrições encontradas na flexibilidade e escalabilidade dos códigos. Para estender o acesso à métodos de resolução de problemas nesses sistemas, usuários frequentemente recorrem ao uso de linguagens de programação textual, que permitem a utilização de mais estruturas de controle. Ainda assim, é comum que arquitetos sejam induzidos a realizar mudanças nos processos para acomodar a falta de controle e resultados inesperados de projeto. Isso acontece em parte pela falta de clareza em como utilizar a programação e todo o potencial dos métodos computacionais. Além disso, há uma falta de evidências empíricas usando projetos reais de arquitetura que apoiem discussões sobre o futuro das ferramentas de programação para arquitetos. Esta pesquisa investiga a comparação entre o uso de linguagens de programação visual e textual e visa sugerir diretrizes para melhorar as interfaces de programação utilizadas atualmente na área. Para isso, realizamos análises baseadas em métricas de avaliação de linguagens de programação e nas Dimensões Cognitivas (GREEN; PETRE, 1996). Adicionalmente, exploramos como estudo de aplicação um Projeto Orientado ao Desempenho, o Vancouver Academic Building do escritório americano Perkins+Will. O escritório implementou inicialmente o projeto usando a linguagem visual Grasshopper, com o objetivo de otimizar o design de uma fachada explorando o equilíbrio entre aspectos de iluminância e eficiência energética. Reimplementamos o estudo de aplicação utilizando uma linguagem textual e o ambiente de programação Rosetta (LOPES; LEITÃO, 2011). À medida que procuramos solucionar a lacuna existente na comparação dos fluxos de trabalho entre linguagens visuais e textuais recorrendo a um projeto real, selecionamos este estudo de aplicação porque ele abrange um processo orientado ao desempenho em vez de um projeto apenas paramétrico. Existem diferenças fundamentais encontradas entre estes dois fluxos de trabalho em relação a estratégias de escalabilidade e fluxo de dados, pois o orientado ao desempenho requer mais estruturas de controle como iteração e recursão. Identificamos diferenças relevantes entre ambas as linguagens e o potencial no uso das textuais no aumento significativo da escalabilidade do código e do modelo; aumento da confiabilidade dos resultados de desempenho do projeto e maior controle e clareza do processo utilizado. Apontamos também para as qualidades de interação e expressividade inerente das linguagens visuais. A partir do cruzamento teórico-prático, indicamos diretrizes que compõem em que medida o uso preferencial de linguagens textuais e linguagens híbridas (que integram ambas) podem melhorar a confiabilidade do Projeto Orientado ao Desempenho, assim como a possibilidade de aplicar métodos mais claros e eficazes no desenvolvimento do Projeto Algorítmico.

Palavras-chave: Design Computacional; Performance; Programação; Projeto Algorítmico; Projeto Orientado ao Desempenho

LANDIM, Gabriele do Rosario. Programação para Arquitetura: linguagens visuais e textuais em Projeto Orientado ao Desempenho. 2019. Dissertação (Mestrado em Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102131/tde-09092019-100632/pt-br.php

Mulheres no graffiti: perspectivas da prática em contexto metropolitano

Defesa de Mestrado de Ana Luisa Silva Figueiredo


Data: 26.04.2019.

Banca:
Ruy Sardinha Lopes (Presidente)
Aline Coelho Sanches Corato
Ana Gabriela Godinho Lima
Andréia da Silva Moassab

Resumo:
Entende-se graffiti como um fenômeno urbano por excelência. Cena, espaço e sociabilidades, em determinado espaço de tempo configuram certas territorialidades. Por meio de interlocução com quatro grafiteiras traçou-se uma área de estudo que relaciona as cidades de Diadema e Embu das Artes em relação a capital São Paulo dentro de uma cena feminina de graffiti. Com estudos de caso e pesquisa de campo, foram estudadas a vida, processos de trabalho, posicionamento e relações entre quatro grafiteiras e seus trabalhos nesta cena. Ao se identificarem enquanto mulheres negras, foram trabalhadas as questões gênero, raça e classe no âmbito do feminismo interseccional e buscou-se aporte teórico no que dizem as feministas negras, sobretudo as brasileiras. Discute-se também a presença das mulheres nas cenas do graffiti tanto no Brasil como no exterior e, como, por meio dos feminismos elas se relacionam com o fenômeno e membros de diferentes gerações. Atualmente os grupos e redes que se formaram ao longo dos últimos anos estão utilizando o graffiti como ferramenta para discutir questões mais amplas e as mulheres, em processo de empoderamento, se colocam para disputar espaços de poder dentro da cena. Assim, essas mulheres de raças, classes, idades e sexualidades distintas traçaram e continuam a contribuir para a história do graffiti em São Paulo, não somente nas ruas, mas em espaços de educação, debate e decisão.

Palavras-chave: Feminismos; Gênero; Graffiti; Interseccionalidades; São Paulo

FIGUEIREDO, Ana Luísa Silva. Mulheres no graffiti: perspectivas da prática  em contexto metropolitano. 2019. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-09092019-092839/pt-br.php

London calling: o papel da cultura e da “criatividade” na gestão de uma cidade-marca

Defesa de Mestrado de Natália P. Fragalle


Data: 22.03.2019.

Banca:
Ruy Sardinha Lopes (orientador)
Pedro Fiori Arantes (EFLCH – UNIFESP)
Fernanda Ester Sanchez Garcia (EAU – UFF)
Cibele Saliba Rizek (IAU – USP)

Resumo:
O presente trabalho teve como objetivo compreender os processos de construção e gestão de uma cidade-marca e seus vínculos com o conceito de “cidade criativa”, bem como seus consequentes impactos nas políticas urbanas. Para tanto, tomou-se como estudo de caso a cidade de Londres, capital do país pioneiro na adoção do discurso da “criatividade” em suas políticas públicas e tida, na década de 90, como um dos principais centros de poder e controle global no capitalismo contemporâneo. Buscou-se construir um panorama histórico que mostra como Londres veio a ser promovida como uma “cidade criativa”, tendo a cultura no cerne das políticas de desenvolvimento econômico e urbano. Neste sentido, o trabalho procurou analisar o processo de construção, gestão e exportação da “marca Londres”, desenvolvida na virada do século XXI, evidenciando as tensões e aproximações entre as diferentes gestões do governo central britânico e as administrações municipais de Londres. Procurou-se explicitar o quanto tal processo culminou na realização dos Jogos Olímpicos de 2012, utilizados como ferramenta para direcionar recursos e a atenção midiática para o megaprojeto de regeneração do East End da cidade. A partir da análise dos novos arranjos institucionais e das estratégias discursivas adotadas para legitimar a realização de tal projeto, buscou-se, então, compreender qual o rebatimento urbano do processo de branding da cidade, tendo como foco os impactos no East End e mais especificamente na região de Hackney Wick – promovida como o mais novo hub criativo de Londres – exemplificando as tensões entre a “marca Londres” e a “Londres realmente existente”.

Palavras-chave:
Cidade criativa. Cidade-marca. City branding. Urbanismo neoliberal. Londres. Jogos Olímpicos.

FRAGALLE, Natália P. London calling: o papel da cultura e da “criatividade” na gestão de uma cidade-marca. 2019. 284p. Dissertação (mestrado) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2019.

Link da dissertação: 
https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-07062019-095050/pt-br.php

Redes e ruas – ocupações híbridas na cidade de São Paulo

Defesa de Mestrado de Nayara Araujo Benatti


Data: 21.09.2018.

Banca:
David Moreno Sperling (Presidente)
Gabriel de Santis Feltrin
Lopes, Ruy Sardinha Lopes
Natacha Silva Araújo Rena

Resumo:
A pesquisa analisa as intervenções urbanas realizadas no Largo da Batata pelo movimento A Batata Precisa de Você e na Avenida Paulista com o programa Paulista Aberta. Os dois movimentos tiveram suas reivindicações ampliadas a partir das Manifestações de Junho de 2013 com discussões em relação a temas como direito à cidade, ocupação de espaços públicos e uma agenda urbana em defesa de maior participação da sociedade civil. Estabelecendo novos diálogos entre atuações nos espaços físicos e nas redes sociais e tendo o urbanismo tático e seus similares como estratégia de ocupação, os dois casos de intervenções são analisados durante o período de 2013 a 2017 acompanhando seus modos de atuação nas duas plataformas, atores envolvidos, seus limites e potenciais.

Palavras-chave: Intervenções urbanas; Largo da Batata; Paulista Aberta; Redes sociais; Urbanismo tático

BENATTI, Nayara Araujo. Redes e ruas – ocupações híbridas na cidade de São Paulo. 2018. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-18022019-104345/pt-br.php

Adoniran Barbosa e a lírica do progresso de São Paulo

Defesa de Mestrado de Yara Boscolo Bragatto


Data: 04.07.2018.

Banca:
Ruy Sardinha Lopes (orientador)
Paulo Cesar Castral (IAU.USP)
Gabriel de Santis Feltran (UFSCar)
Walter Garcia da Silveira Junior (IEB/USP)

Resumo:
A história da cidade de São Paulo é largamente estudada, e mesmo assim, sempre parece haver motivos para levantar outro ponto de vista. O presente trabalho busca realizar uma leitura a contrapelo das imagens de parte da história da cidade de São Paulo, tendo como ferramenta para análise algumas canções de Adoniran Barbosa. Ao analisar parte da história de São Paulo e quais caminhos foram trilhados para que a “locomotiva do país” adquirisse tal fama, é possível constatar que tal fenômeno urbano paulistano e não se deu de maneira homogênea. Dentro de uma metrópole dos anos 1950 como São Paulo coexistem diversas situações urbanas e manifestações culturais que colabora para a construção da multiplicidade de imagens. Em uma breve leitura sobre a cidade é possível chegar a um nome que aparece repetidas vezes: Adoniran Barbosa. E é em meio a essa complexidade que ele gostava de viver, caminhar pelas ruas na sua boemia e conversar com as pessoas. Então surgiam suas canções, quase todas tratando a respeito do que ele acreditava ser bom o bastante para virar samba e agradar a seus muitos ouvintes. O que torna a obra de Adoniran tão peculiar é a possibilidade de enxergar com olhares das camadas populares, e olhares cotidianos, uma cidade largamente estudada e analisada, tendo um estilo de narrativa alinhada com as vozes daqueles que faziam parte do cenário exaustivamente estudado, mas que dificilmente eram enxergados ou ouvidos. Não se trata de colocar versões diferentes da história em combate, apenas tentar mostrar que sempre é possível abrir os ouvidos para outras falas.

Palavras-chave: Adoniran Barbosa, São Paulo, Progresso, Desenvolvimento Urbano.

BRAGATTO, Yara Boscolo. Adoniran Barbosa e a lírica do progresso de São Paulo. 2018. 238 p. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-17092018-102241/publico/DissCorrigidaYaraBoscolo.pdf

Práticas curatorias na 27ª Bienal de São Paulo: crítica institucional, participação e discursividade

Defesa de Mestrado de Jessica Seabra


Data: 07.05.2018.

Banca:
Ruy Sardinha Lopes (Presidente)
Priscila Almeida Cunha Arantes
Fabio Lopes de Souza Santos
Vinicius Pontes Spricigo

Resumo:
A presente dissertação tem como foco a análise, através de um viés crítico, da proposta curatorial da 27ª Bienal de Arte de São Paulo, intitulada Como viver junto. Esta bienal é tomada como estudo de caso dentro do amplo contexto de bienais por ser considerada precursora, estabelecendo e institucionalizando algumas mudanças curatoriais, como o fim das representações nacionais. A 27ª Bienal de Arte de São Paulo liga-se a referências teóricas que se relacionam àquilo que Bruce Ferguson denomina de “bienais discursivas”, termo que se refere ao fato de que conferências, eventos interdisciplinares, workshops, atividades educacionais e discussões públicas tem se tornado elementos cada vez mais importantes nesses projetos. Dentro do contexto desta discursividade expandida, a participação, a crítica institucional e um viés educacional têm sido estratégias recorrentes nas curadorias das bienais. Estes três elementos já estavam presentes em abordagens artísticas no mundo da arte e compõem juntos um campo discursivo composto de práticas dialógicas e relacionais que se replicam, ainda que com formatos variados, em bienais ao redor do mundo. A proposta curatorial da mostra foi estudada de forma a compreender os discursos envolvidos a partir do pensamento dos curadores e submetidos a um dado momento histórico, o que os condicionou a revelar uma conjuntura cultural.

Palavras-chave: 27ª Bienal de Arte de São Paulo; Arte contemporânea; Crítica institucional; Curadoria
Globalização; Participação; Virada educacional.

SEABRA, Jessica. Práticas curatorias na 27ª Bienal de São Paulo: crítica institucional, participação e discursividade. 2018. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-26072018-161735/pt-br.php

Da periferia ao centro

Defesa de Doutorado de Rodrigo Peronti Santiago


Data: 06.03.2018.

Banca:
Fabio Lopes de Souza Santos (Presidente)
Miguel Antonio Buzzar
José Tavares Correia de Lira
Ruy Sardinha Lopes
Luiz Henrique de Toledo

Resumo:
Estabelecendo similaridades entre fenômenos culturais populares-urbanos emergidos em uma metrópole mundial (Nova York), e em uma metrópole periférica brasileira (Salvador), que se estabelecem a partir de semelhantes relações com a cidade, com a indústria cultural, e com dados políticos e econômicos, procura compreender dinâmicas presentes na produção cultural do atual estágio do capitalismo, caracterizada pela orientação da cultura para a produção de mercadorias. Sendo assim, propõe um estudo comparativo, em que o conteúdo estético é deixado em parênteses, em favor de análises de efeitos materiais, sociais e econômicos, apresentando-se também como uma tentativa de compreensão de lógicas existentes em outras manifestações culturais contemporâneas, além de se apresentar como uma contribuição para reflexões sobre possíveis vínculos entre Arte, Cultura e Cidade.

Palavras-chave: Cultura contemporânea; Espaço urbano; Nova York; Salvador

SANTIAGO, Rodrigo Peronti. Da periferia ao centro: olhares sobre as transformações na relação entre cultura, economia e política no mundo contemporâneo. 2018. Tese (Doutorado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2018.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-26042018-144922/pt-br.php

Downtown Scene: Arte e Política no espaço urbano

Exame de Defesa de Dissertação: “Downtown Scene: Arte e Política no espaço urbano”.

Candidato(a): Andreia Paulina Costa

Programa: Arquitetura e Urbanismo

Título do trabalho: “Downtown Scene: Arte e Política no espaço urbano”.

Data/horário/local: 27/4/2016 às 9h30 – Sala de Pós-01 – IAU/USP

Comissão Julgadora:

Prof. Dr. Ruy Sardinha Lopes (Presidente) – IAU/USP

Prof. Dr. Fabio Lopes de Souza Santos – IAU/USP

Profa. Dra. Sylvia Furegatti – IA/UNICAMP

Prof. Dr. Arthur Hunold Lara – FAU/USP (Videoconferência)

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Candidato(a): Rafael Goffinet de Almeida

Exame de Defesa de Dissertação.

Programa: Arquitetura e Urbanismo

Título do trabalho: “Arte, Arquitetura e Cidade nas investigações de Dan Graham”.

Data/horário/local: 27/4/2016 às 14 horas – Auditório Paulo de Camargo – IAU/USP

Comissão Julgadora:

Prof. Dr. Fabio Lopes de Souza Santos – IAU/USP

Prof. Dr. David Moreno Sperling – IAU/USP

Profa. Dra. Vera Maria Pallamin – FAU/USP

Vivo na cidade: a experiência urbana na cultura punk

Defesa de Mestrado de Débora Gomes dos Santos


Data: 12.05.2015.

Banca:
Ruy Sardinha Lopes (Presidente)
Jorge Bassani
Fabio Lopes de Souza Santos

Resumo:
O advento do punk assinalou um ponto de inflexão dentro do universo cultural pop. A música punk, elemento centralizador da identidade do movimento, emergiu com a proposta de romper com as tradicionais premissas de aptidão e técnica cada vez mais presentes na música de meados da década de 1970. O retorno a um desenho musical simples e visceral somado à valorização de uma realidade cotidiana ordinária trouxe para o centro da composição tanto sonoridades características das grandes cidades quanto narrativas relativas à vida no âmbito da metrópole, fazendo da música punk um potente veículo de absorção e transmissão de experiências urbanas. Assim, este trabalho explora a música como elemento catalisador de formas de apropriação e ação na dimensão da cidade e a música punk enquanto lente para a análise do fenômeno urbano, em particular pela observação de quais olhares o punk brasileiro lança sobre o espaço urbano no contexto periférico da cidade de São Paulo. Na produção das bandas punks que emergiram na cidade no início da década de 1980, período fundamentalmente marcado por um truncado processo de redemocratização, observa-se uma acentuação das questões colocadas pelo punk no plano internacional. No contexto brasileiro a linguagem agressiva do punk foi superlativada pela ânsia da juventude carente em expressar a própria experiência de crise em meio à particular complexidade da metrópole paulistana. A contundência e a densidade da música punk evidenciam, portanto, as tensões e relações tacitamente presentes no espaço da cidade a partir da percepção sensível daqueles que vivenciam seus espaços, de forma a permitir uma investigação mais complexa do fenômeno urbano.

Palavras-chave: Cultura Urbana; Espaço Urbano; Música; Punk

ANTOS, Débora Gomes dos. Vivo na cidade: a experiência urbana na cultura punk. 2015. Dissertação (Mestrado em Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo) – Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.

Link da Dissertação: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/102/102132/tde-31072015-102109/pt-br.php